Objectivos: Análise retrospetiva das metástases cerebrais operadas no Serviço de Neurocirurgia do Hospital de Santa Maria (Lisboa, Portugal) entre Janeiro de 2012 e Dezembro de 2015.

Material e métodos: Foram revistos os processos clínicos hospitalares tendo sido colhidos dados demográficos, localização do tumor, informação clínica, análise histopatológica, tratamento cirúrgico e sobrevida.

Resultados: Foram efetuadas 171 cirurgias em 166 doentes com metástases cerebrais, com idades compreendidas entre 24 e 83 anos (média de idades de 59,86 ± 0,89 anos) e um predomínio do sexo masculino (54,82%). Os tumores primários mais comuns foram pulmão (36,75%), mama (15,06%), colorrectal (10,24%) e melanoma (4,82%). Na presente série 45% dos doentes foram operados a uma metástase cerebral no primeiro ano após o diagnóstico da doença oncológica, sendo a lesão cerebral o evento inicial em metade dos casos. As metástases eram únicas em 55,42% dos doentes tendo na maioria dos casos uma localização supratentorial (51%). Após a cirurgia, 112 doentes (67,47%) fizeram radioterapia (RT) holocraniana, 14 (8,43%) radiocirurgia (RCIR) e 7 (4,21%) foram tratados com RT e RCIR. Nesta série, a sobrevida média desde o diagnóstico da doença oncológica foi de 2,68 ± 0,26 anos e a sobrevida após a cirurgia da metástase cerebral foi de 10,30 ± 0,82 meses. O tratamento prévio da doença oncológica esteve associado a uma melhor sobrevida global (p = 0,049).

Conclusões: Nesta série os doentes operados a metástases cerebrais apresentaram uma sobrevida global e uma sobrevida após a cirurgia de 2,68 ± 0,26 anos e 10,30 ± 0,82 meses, respetivamente. Apenas a existência de tratamento prévio da doença oncológica influenciou a sobrevida global.