Objectivos: Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) os Meningiomas grau I têm um comportamento indolente e reduzida taxa de recidiva. Todavia poderão ser mais agressivos na presença de características de atipia. Pretende-se determinar os fatores preditivos de recidiva em Meningiomas grau I (OMS) reforçando a vigilância em doentes com risco de recidiva/progressão da doença.

Material e métodos: Revisão dos processos clínicos de 2007 a 2014, inclusivé. Obteve-se informação referente à idade, género, localização tumoral, grau de ressecção (Simpson), histologia, imunohistoquimica, follow-up com objetivação dos casos de recidiva e tempo do tratamento até á recidiva. Relacionaram-se os casos e não casos, com os parâmetros aferidos na primeira cirurgia.

Resultados: Foram operados 579 doentes com diagnóstico histológico de Meningioma grau I, em que 428 eram do sexo feminino. O follow-up medio foi de 45,2 meses registando-se 101 casos de recidiva. Destes apenas 9 haviam sido submetidos a ressecção SimpsonI. Dos 579 doentes operados,196 apresentaram atipia histológica sendo que houve uma recidiva de 29,1% face aos 11,5% que não apresentaram atipia. Nos que apresentaram recetores positivos de Progesterona verificou-se uma recidiva de 23% e de 13,8% nos que não apresentavam essa positividade. Não se verificou relação entre a recidiva e valores de Ki67 > 3,2%.

Conclusões: A ressecção Simpson I, constitui a medida mais efetiva no controlo da doença. Em ressecções Simpson II-V, será útil considerar a presença de atipia e positividade do recetor de progesterona, de modo a promover o acompanhamento regular e aumentar a sobrevida e a qualidade de vida dos doentes.