Objectivos: A etiologia precisa da dor lombar mecânica não se encontra totalmente elucidada, sendo comummente aceite que as facetas articulares desempenham um papel fundamental na sua génese. No final do século XX assistiu-se ao desenvolvimento de vários dispositivos interespinhosos, dinâmicos e fixos. Pretende-se, de uma forma retrospectiva, avaliar as situações clínicas em que os espaçadores interespinhosos foram colocados no CHLC e os respectivos resultados.

Material e métodos: Identificaram-se 77 doentes consecutivos em que foram colocados 89 espaçadores interespinhosos na região lombar durante um período de 5 anos, de Janeiro 2011 a Dezembro 2015. Foram registados os sintomas iniciais, características imagiológicas pré-operatórias, tipo de dispositivo aplicado e os resultados.

Resultados: 40% eram do sexo masculino, com uma média de idades de 49,5 anos. A sintomatologia inicial consistiu, na grande maioria dos casos, em lombalgia mecânica, e os diagnósticos imagiológicos foram os seguintes: 47% artropatia facetária, 31% hérnia discal lombar, 22% canal estenótico lombar (associados ou não a retrolistese).

Conclusões: É realizada uma análise crítica com base nos próprios resultados e suportada pela literatura. Adicionalmente, apresentam-se alguns casos exemplificativos. A colocação de espaçadores interespinhosos consiste numa técnica segura quando utilizada com critério, parecendo constituir uma alternativa eficaz em casos selecionados de doentes.